terça-feira, 3 de março de 2009

Justa solidão

Em caso de dúvida, fingia
Em casa, era alguém que não existia
Ali mentia para sua suposta paixão
Alimentava uma corriqueira ilusão

De manhã, assumia o papel de vilão
Na manha, pedia carinho e perdão
Conduzia qualquer mulher ao pecado
Com dúzias de embustes mal contados

Namorava cada dia uma nova enganada
Não morava na consciência que lhe fora dada
Enquanto isso sua mulher contabilizava
Em quantos bares diziam que ele andava

Se ele visse o quão amável ela era
Se elevasse o sentimento à atmosfera
Só correria a vida apaixonado
Socorreria seu coração dilacerado

Mas cara de amor só não adianta
Máscara de galante em fronte de anta
Concorrência, então, passou a disputar
Com ocorrência de peleja e despejo do lar

Atualmente vive sozinho, sem ninguém
A tua mente passou até a funcionar bem
Confusão, aprendeu, enfim, a evitar
Com fusão de ternura e cabeça no lugar