quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Eu quero aquela

Eu quero aquela
Que odeia o espelho
Mas é sempre bela
Prefere vermelho
E usa roupa amarela
Entra pela porta
E sai pela janela

Vive pela paz
E luta como fera
Gosta do inverno
Mas cheira primavera
Perde a elegância
Mas logo recupera

Eu quero aquela
Que sente medo
Mas não tem tramela
Que levanta cedo
Sem tirar remela
Que não tem vergonha
E se descabela

Não me conta tudo
Mas é bem sincera
Que me deixa mudo
E logo descongela
É o meu escudo
E a minha megera

Eu quero aquela
Que não tem frescura
E come berinjela
Se falo de cultura
Fica tagarela
Começa uma leitura
Na hora da novela

Nunca me apressa
Sempre me espera
Que não faz promessa
Nem se desespera
E que sempre expressa
O que ela considera

Seja negra ou seja branca
De família ou de favela
Seja atleta ou seja manca
Da Mangueira ou da Portela
Não importa onde ela esteja
Eu só quero aquela