segunda-feira, 19 de abril de 2010

No íntimo

Saberias, verdadeiramente,
Amada minha
O tamanho do meu amor
Se nessas pobres linhas
Eu pudesse lhe expor
O medo que antes tinha
De queimar no teu calor

Entenderias, em profundo,
Meu passarinho
Se conhecesse a tal coragem
Que me jogou no teu caminho
Sem me dar nenhuma margem
De onde se escondia o ninho
Por trás de toda essa folhagem

Surpreenderia-se, enfim,
Meu bem-me-quer
Se penetrasse o meu sorriso
De um momento qualquer
E revirasse o meu juízo;
Pois você é a única mulher
Que nessa vida eu preciso

terça-feira, 13 de abril de 2010

Arroubo de amor

Um amor assim é delírio
Tem cheiro, cores e borboletas
Que ensaiam uma dança inconstante
Sobrevoam as rosas e os lírios
Para vir pousar na minha camiseta

Não importa: no campo ou na poeira
O perfume é sempre da mesma flor
É como distribuir a primavera inteira
Nos dias em que o êxtase tem vigor

Cruel seria chamar de absurdo
Ou até mesmo tirar-lhe a razão
Mesmo quando me faz entorpecido
E desperto de um sonho surdo
Chamando sussurro de trovão

Isso tudo me chega em enlevo
E vai como fim de carnaval
É quando me pego dançando frevo
Numa coreografia individual

Mas esse amor não apresenta cansaço
E não demora a pular da gaveta
De imediato eu tropeço nos passos
O vermelho tinge a vista preta
Posso deitar na grama e abrir os braços
Pois novamente virão as borboletas