domingo, 31 de janeiro de 2010

Caracol

Como uma proteção
Armadura
Revestida de afeto
Ou ternura
Libertei

Carrego-a no peito
Abraçada com o coração
Recife que foi feito
Obstruindo um precipício
Livre para circulação

Caminho tranquilamente
Andando sem direção
Rastejando como uma serpente
Ociosa por opção
Ligeiro como o sol poente

Corro assim sem pressa
Apreciando nossa aproximação
Restrito ao que me interessa
Onipotente pela proteção:
Legítima como uma promessa

Com você eu sou caracol
Ando tranquilo e seguro
Rasgue chuva ou faça sol
Onde é claro ou é escuro
Levo a vida caracol

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Alma viva

Não há mais como impedir
Se ela queima
E arde
Pede espaço pra sair
Teima
Faz alarde

A carícia não acalma
Ao invés:
Põe mais palha
Incendeia o desejo da alma
Que passa através
E se espalha

Agora eu sou dois
(Minha alma e eu)
Variavelmente
Não penso no depois
E se ela enlouqueceu
Que seja bom pra gente