domingo, 15 de março de 2009

Brincando de crítica literária

Saber o porquê dos elogios que lhe são dados para melhorar ou reforçar qualidade de sua poesia é algo que você espera dos que lêem o seu blog. Pois bem, hoje resolvi brincar de crítica literária. Espero que não me ache pretensiosa ou despeitada. Sei que não tenho talento algum para essa arte da escrita, mas resolvi me aventurar neste feito, da mesma forma que fiz ao criar um blog de poesia. Completa amadora, recorri à lembrança das aulas de literatura, nas quais nos era exigido interpretar e analisar autores renomados. Pois bem o autor renomado nesta brincadeira é você (espero sinceramente que o seja algum dia) e a obra a ser analisada será o “mente [in]fluente”. Creio que será mais interessante, pois minha análise será remetida ao próprio autor analisado, podendo este inclusive discordar completamente, ou mesmo retrucar algum engano. Pois bem, peço licença para expor a minha análise.

O blog “mente [in]fluente” traz uma coletânea das poesias de Leandro Cesaroni. Nelas os temas privilegiados são os relacionamentos sob a ótica do homem da atualidade. As questões cercam os sentidos masculinos, mas que não se limitam a apenas a esse universo conseguindo perpassar o masculino ou feminino com questões dotadamente humanas.

Como os relacionamentos estão bastante presentes, os personagens femininos são os que mais parecem intrigar ao escritor. Nos vários temas abordados em sua poesia percebemos a presença de vários tipos femininos. Podemos dividi-los em dois grupos. Os que lhe causam encanto e os que lhe desencanta, porém todos prendem sua atenção. As encantadoras são a bela, e a sedutora, a instigante, a ousada. As sem encanto, que mais lhe intrigam, são as ciumentas, vaidosas, feias, dramáticas, confusas, incompreensíveis. Podemos até afirmar que não são tipos, mas faces femininas que os homens comumente costumam notar e dar relevo. Fora a este modelo esta a figura omitida, a que é citada, mas não lhe é dotada personalidade. Será a namorada? Outra é a do poema “loucura sem cura”. Não se sabe ao certo se é devagar, louca, preguiçosa. Esta lhe parece completamente desinteressante, mas é a que mais lhe causa incômodo.

A assistir, às vezes com perplexidade, esses tipos femininos, lá esta o homem.. Este ora vilão, ora amante; ora ilusor, ora apaixonado; ora seduzido, ora sedutor; ora arrependido, ora desprendido. Enfim, dotado de virtudes e fraquezas. Humano. Estes são frequentemente retratados como boêmio, infiel, arrependido, apaixonado, malicioso, debochado e desapegado a convenções.

Outras questões estão presentes nos seus versos como a poesia, solidão, relacionamento, distinção, conivência, e os sentimentos humanos.

Seu estilo de escrita consegue combinar com bastante criatividade as rimas e a capacidade de exprimir sentimentos, tendo como resultado uma beleza e sonoridade singular.

Os sentimentos que exprime relacionam-se com as questões presentes nas relações das pessoas na atual sociedade. A busca por prazeres, acertos, superação, harmonia nos relacionamentos, compreensão ou mesmo expressão de situações que comumente nos vemos envolvidos. São de grande qualidade e exprimem o seu futuro promissor.

Talvez o que lhe falte seja uma maior proximidade das vozes literárias femininas para ampliar seus tipos. Isso porque sua visão da mulher é bastante próxima aos autores do século XIX, que limitava suas personagens a personalidades dicotômicas: serenas ou histéricas, santas ou promíscuas, mães x amantes. A leitura de autoras tais como, Cora Coralina, Cecília Meireles, Clarice Lispector, Lia Luft, Martha Medeiros, Maitena (cartunista argentina) etc., o ajudaria a ampliar a caracterização de suas figuras femininas. Mas não para tomar seu partido, pois o que lhe agregar uma qualidade distinta é a preferência pela voz masculina em seus erros e acertos.


TEXTO DE: ZEUGMA
Contato: zewgma@yahoo.com.br