quinta-feira, 10 de abril de 2008

Metamorfose ambulante

Disseram-me que não cairia-lhe bem aquela cirurgia plástica
No ato, desconfiei; mas a repercussão mostrou-se sarcástica
Quando vi Odete depois da mudança entendi a problemática:
- É, coitada, essa aí nem com um passe de mágica

Haviam transformado minha chefe em um extraterrestre
Macaco, arara, tartaruga, ou qualquer outro animal silvestre
E, ao vê-la, ainda achei graça de uma pergunta que não fiz:
- Que diabos haviam feito com o resto de seu nariz ?

Para ela, havia ficado um verdadeiro esplendor
Embora, para gente, parecesse protagonista de filme de terror
Os boatos defendiam, ainda, que nem com um bom maquiador
Aquela desgraça pudesse se recompor

Ao chegar até mim, autoritária, perguntou:
- O seu crachá da empresa, companheiro, onde você enfiou ?
Pego de surpresa, soltei uma resposta um tanto infeliz:
- No mesmo lugar onde enfiaram o resto do seu nariz !