De rosto alaranjado
Desprovido de beleza
Maltrapilho atrapalhado
Cafona por natureza
Ao matrimônio do irmão
Garantiu sua presença
Convidado por obrigação
Já esperavam a indecência
Ao aprontar-se para a missa
Elegeu a pior das camisetas
Bermuda laranja-fluorescente
Com um par de meias violetas
Do padre levou um sermão
Ouviu dizer que não tem cabimento
Foi condenado a vestir-se com adequação
E voltar elegante para o casamento
Arriscando-se ao ridículo
Seguiu à risca esse conselho
Tirou do armário o velho terno riscado
Em vinho, marrom e vermelho
Para a noiva, motivo de vergonha
Para o noivo, razão de zombaria
Para o padre, pecado de peçonha
Para ele, comovente liturgia