segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Às vidas ávidas

Os poetas fazem achar que entendem da vida
Eu não entendo da vida
Entendo de mim
E do que é minha vida p'ra mim

Entender da vida é generalizar
É como dizeres que se gosta de mulher
Mesmo sendo todas diferentes
E tantas desencantadoras

Ninguém entende deveras da vida
Se não Deus
Se é que ele existe (ou existiu)
E não há quem possa dizer que ele vá voltar
É como dizeres que um amor é verdadeiro
Sem saber o que é amar

Sabe...
Só entende da vida quem já pereceu
Quem foi embora p'ra ver a vida de fora
E não poderás mais revelar

Entendem da vida os poetas que já morreram
Todavia, não entendiam quando escreveram
O que se escreve não é a vida
Pois vem, tão breve, de uma alma perdida
Que vê em uma só vida todas as outras